Calendário de Eventos Ambientais no Entorno do Parque Estadual do Rio Doce

terça-feira, 3 de abril de 2012

Estímulo e fomento à pesquisa científica

Wôlmer Ezequiel
Erguida na década de 60, obra foi impedida por ambientalistas



REVÉS DO BELÉM – Uma completa estrutura edificada sobre a Ponte Perdida, no distrito de Revés do Belém, no município de Bom Jesus do Galho, aguarda o trabalho de pesquisadores que possam contribuir com a conservação e conhecimento da flora e fauna do Parque Estadual do Rio Doce (Perd). Dotado de alojamentos e laboratórios a estrutura administrada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) está ainda em fase inicial e poderá contribuir com a preservação da área norte da unidade de conservação.
A Unidade de Apoio a Pesquisa e Fiscalização do Revés de Belém foi inaugurada no ano passado, como parte do de um projeto de melhoria na infraestrutura do Perd iniciados em 2003. Além de uma residência que serve de moradia para vigilantes sobre o tabuleiro da ponte, foram edificados alojamentos com cozinha, banheiro e laboratórios para uso de pesquisadores.
Segundo o gerente do Perd, Vinícius de Assis Moreira, só agora o centro de pesquisa vem se consolidando. “Estamos ainda em fase de implantação, temos recebido alguns pesquisadores, mas tudo ainda de forma incipiente devido a própria distância do local da sede do parque”, explicou.
O grande objetivo da unidade é estimular e fomentar pesquisas na área norte do parque. Segundo Vinicius Moreira essa parte do Perd é ainda uma região ligeiramente desconhecida, principalmente a sua biodiversidade. “Então o nosso objetivo é mesmo mensurar e consolidar pesquisas científicas para o manejo do parque”, complementou.
 
A frente do Perd há menos de um ano, Vinicius Moreira destaca que na administração de uma unidade de conservação as informações e conhecimento do local são de extrema importância na tomada de decisões. “Porque no sistema ecológico qualquer interferência, se não for minimamente calculada, pode provocar muitos impactos”, justificou.
Wôlmer Ezequiel
Estrutura permite imersão de pesquisadores no Parque Estadual

Pesquisas
O trabalho é feito com protocolo de pesquisas referentes à flora e fauna. O IEF também espera consolidar e estimular pesquisas junto às instituições e universidades federais. Com a disponibilização do laboratório e alojamentos dentro da área o pesquisador tem a oportunidade de imersão no parque durante todo o trabalho.
A diretoria do Perd também considera que por sua localização próxima a uma área de urbanização e industrialização as pesquisas também devem mensurar as consequências sofridas pela mata e pelo rio Doce. “Vamos organizar um workshop com vários pesquisadores para apresentar a estrutura do centro de pesquisa, porque muitos ainda não têm conhecimento da estrutura”, completa Vinícius Moreira.

Vinicius de Assis afirma que pesquisas são importantes para as decisões da unidade



Marco histórico no Vale do Aço


A velha Ponte Perdida, com engenharia de arcos para eliminar a necessidade de pilastras, foi construída sobre o Rio Doce em 1966. Na época a obra foi uma tentativa de implantação de uma estrada projetada para interligar o distrito de Revés de Belém, a Timóteo, facilitando o escoamento da produção de carvão da área de Bom Jesus do Galho para a siderúrgica Acesita.
O major Ronaldo Silva comandante da 12º Companhia de Meio Ambiente e Trânsito de Ipatinga, explica que o local é considerado um marco da luta na conservação do meio ambiente. “A continuidade da construção dessa via traria certos prejuízos para o Parque e, em razão disso, a sua construção foi suspensa”, contou.
Segundo informações do portal do Instituto Estadual de Florestas (IEF) em 1973 uma mobilização ambientalista de repercussão nacional impediu a construção da rodovia, que dividiria a área do Parque. Na solenidade, foram entregues placas homenageando os ambientalistas Célio Lessa, Mário Viegas, Hugo Werneck e Célio Moreira, que foram pioneiros na luta de defesa da área do Perd.
A ponte se chama Perdida porque se encontra em ponto de difícil acesso, a 80 quilômetros de distância da portaria do Parque Estadual do Rio Doce (Perd), no distrito de Revés do Belém. O Parque foi à primeira unidade de conservação estadual criada em Minas Gerais, situado na porção sudoeste do Estado, a 248 km de Belo Horizonte, na região do Vale do Aço, inserido nos municípios de Marliéria, Dionísio e Timóteo.

 


Repórter : Silvia Miranda


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